quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Torres Vedras

Mapa do concelho de Torres Vedras






HISTÓRIA
A presença humana nesta área remonta à pré-história, mais precisamente ao Paleolítico Inferior. Desde então, numerosas civilizações se estabeleceram aqui atraídos pelas óptimas condições destas terras, dedicando-se principalmente à agricultura, à criação de gado e à metalurgia do cobre. Durante os primeiros séculos da nossa era, também os romanos elegeram os vales férteis de Torres Vedras para a instalação de numerosas casas de campo, tendo iniciado o cultivo da vinha.
Porém, só após a Reconquista Cristã, Torres Vedras tem a sua afirmação histórica.
A criação do concelho remontará ao reinado de D. Afonso Henriques, embora o primeiro foral date de 1250, atribuído por D. Afonso III, reformado posteriormente por D. Manuel, em 1510.
Palco de memoráveis acontecimentos, foi nesta cidade que se reuniu D. João I com o seu conselho, em 1413, para deliberar sobre a conquista de Ceuta.
Um outro facto histórico importante é o complexo sistema defensivo das Linhas de Torres, que permitiu vencer as tropas napoleónicas aquando das suas invasões.

«De história se escreve a grandeza de um povo e de uma região. De mar sempre se fizeram acompanhar as lendas e a história destas povoações do Concelho de Torres Vedras, que pululam e habitam o seu extenso litoral. Gente implantada à terra e ao mar, fervorosamente religiosa, em que a devoção e a fé, ditaram muitos nomes, definiram a toponímia e narraram muitas lendas.»

Autor: Artur Henriques


MONUMENTOS


Castelo Medieval

O Castelo de Torres Vedras situa-se no Largo Coronel Morais Sarmento. Foi mandado construir por D. Dinis em finais do século XIII. No ano de 1810, o castelo passou a ser fortaleza das conhecidas Linhas de Torres, e no ano de 1846 serviu de quartel para as tropas do Conde de Bonfim.


O Palácio dos Alcaides

Era composto por dois andares que davam para um pátio interior que tinha uma cisterna. Restam todas as paredes exteriores, a porta de entrada e, no rés-do-chão, existem ainda pedaços de parede e chão em pedra e tijoleira, assim como as mísulas em pedra, que sustentavam o travejamento do andar superior. Deste restam apenas as cantarias das janelas.


Aqueduto


Não se conhece exactamente quando se construiu o Aqueduto de Torres Vedras, mas existem referências desde o ano de 1561. Situa-se sobre o rio Sizandro, na estrada que vai em direcção à população de Runa. Toda a sua extensão, formada por arcos, é de aproximadamente 2 quilómetros de comprimento.


Forte S. Vicente

Situa-se no cume de um dos montes mais altos que rodeiam a cidade, o Monte de São Vicente. Foi mandado construir no ano de 1809 para a defesa da população e de Lisboa, ante os ataques dos franceses, e formou parte das famosas “Linhas de Torres Vedras”, sendo um dos mais fortificados.


Centro Histórico

Remonta a épocas anteriores à nacionalidade e é constituído pelos bairros abrangidos pela antiga cerca medieval da vila, hoje inexistente. O seu cerne é constituído pelo Castelo, onde ainda se pode constatar a existência de argamassas romanas em algumas cisternas. Ainda antes da reconquista, Torres Vedras era uma animada urbe, povoada por árabes, judeus e cristãos-primitivos.

Igreja de Santa Maria do Castelo

Situa-se no interior das muralhas que rodeiam o castelo e foi construída no século XII. É uma igreja de estilo românico e no seu exterior encontra-se uma torre sineira. No seu interior, de uma só nave, destacam-se as talhas de final de século XVIII, situadas nos altares, e a imagem de Santa Maria.


Igreja de Santiago

É um templo antigo reconstruído no século XVI. Na sua fachada encontra-se o portal estilo manuelino e num dos lados a torre sineira. Das suas origens apenas preserva a pia baptismal e uma escada em caracol, feita em pedra, que liga com o coro da igreja.


Igreja da Mesericórdia

Foi construída entre 1681 e 1752. Apresenta, à entrada, o coro alto sustentado por colunas de fustes estriados. As paredes são decoradas com telas e silhares de azulejos do século XVI. A capela-mor é decorada com mármores pretos e tem três altares com talha do século XVIII.
No cruzeiro existem dois grandes painéis de azulejos do século XVII que representam a "Deposição da Cruz" e Nossa Senhora da Misericórdia.


Convento de Santo António do Varatojo

Foi fundado por D. Afonso V no século XV.
A arquitectura da igreja do convento combina os estilos maneiristas e barroco. O seu interior é de uma só nave, com planta longitudinal. Na capela-mor destaca-se uma abóbada forrada em azulejos que representam cenas da vida de Santo António. Também se destaca, na frente da entrada da igreja, a Capela de Nossa Senhora do Sobreiro, construída no ano de 1777.


Convento da Graça

É uma construção do século XVI que se encontra na Praça 25 de Abril, no Largo da Graça. Foi fundado pelos monges descalços de Santo António e todo o conjunto está formado pela igreja do convento, de estilo maneirista e planta longitudinal, de uma só nave com abóbada de barco, e a capela-mor que é de formato rectangular.


FESTAS E EVENTOS

EVENTOS

Feira de Viaturas Usadas - Janeiro a Dezembro - 2 em 2 meses - último fim-de-semana
Feira Rural - Abril a Outubro - 1.º sábado de cada mês
Oeste Infantil – 26 de Maio a 1 de Junho
Feira de S. Pedro - 26 de Junho a 6 de Julho
Onda de Verão - Santa Cruz – Julho, Agosto e Setembro
Grande Prémio Internacional Joaquim Agostinho - Ciclismo – 09 a 13 de Julho
Carnaval de Verão - Santa Cruz – Meados de Julho
Festas da Cidade – Final de Outubro a 11 de Novembro

FESTAS POPULARES E RELIGIOSAS

A seguinte informação foi disponibilizada pelas Juntas de Freguesia do concelho. No caso em que apresenta dias específicos, poderá sofrer alterações de ano para ano.

Campelos
- Campelos - Festa de Santiago - 25 a 27 de Julho
- Casais do Rijo e Campainhas - Festa Anual - 19 a 22 de Julho
- Casais das Giestas - Festa da Sagrada Família - 1 a 3 de Agosto
- Cabeça Gorda - Festa Anual - 15 a 19 de Agosto

Dois Portos
- Caixaria - Nossa Senhora dos Prazeres - Fim de Semana da Pascoela
- Furadouro - Nossa Senhora da Guia – 2º Fim de Semana de Agosto
- Dois Portos - Nossa Senhora dos Anjos – 1º Fim de Semana de Setembro
- Feliteira- 1º Fim de semana de Julho
- Ribaldeira - Santa Catarina – 1º Fim de Semana de Junho
- Buligueira – 1º de Fim de Agosto

Freiria
- Sendieira - Imaculado Coração de Maria - 04 a 07 de Julho de 2008
- Chãos - Nossa Senhora de Fátima - 17 a 21 de Julho de 2008
- Freiria - Nossa Senhora da Conceição e São Lucas - 25 a 29 de Julho de 2008
- Concelhos e Poços - Nossa Senhora do Livramento - 14 a 18 de Agosto de 2008

Maceira
- Maceira - Nossa Senhora da Conceição - 14,15,16 e 17 de Agosto

Matacães
- Matacães - Festa do Santíssimo Sacramento - 15 de Junho
- Ribeira de Matacães - Festa Mártir S.Sebastião - 1,2,3,4 Agosto
- Matacães - Festa de Nª Senhora da Oliveira – 1 de Agosto
- Matacães - Festa de Aniversário do Grupo Desportivo de Matacães - 30,31,Agosto 5,6,7,8,Setembro

Ponte do Rol
- Festa em honra de N. S. Jesus dos Aflitos em Ponte do Rol - 31 Abril 08 a 4 Maio 08
- Festa Anual em Gondruzeira - 9 a 11 Maio 08
- Tasquinhas e Marchas Populares em Ponte do Rol - 13 a 15 Junho 08

Runa
- Festa S.João Baptista - dia 24 de Junho, realizada no Largo 25 de Abril - Runa.

S. Pedro e Santiago
- Louriceira - Festa da Páscoa – Páscoa
- Figueiredo - Nª Sª da Saúde - Variável (Maio)
- Varatojo - Stº António - 12 a 13 de Junho
- Paúl - Nª Sª da Piedade - Variável (Agosto)
- Fonte Grada - Nª Sª da Nazaré - Variável (Agosto)
- Figueiredo - Variável (Setembro)
- Boavista - Variável (Setembro)
- Boavista- Olheiros - Festa do Atleta - 29 de Agosto a 1 de Setembro
- Louriceira - Nª Sª da Conceição - 8 de Dezembro

S. Pedro da Cadeira
- Cambelas - Festa Anual - de 6 a 10 de Junho
- Assenta - Festa de S. João Baptista - de 20 a 24 de Junho
- Soltaria - Festa Anual - de 11 a 14 de Julho

Silveira
- Boavista - Festa Anual - 18,19 e 20 de Julho
- Santa Cruz - Festa de Santa Helena e S. João Baptista - 19 e 20 Julho
- Silveira - Festa de Nossa Senhora do Amparo - 1 a 5 Agosto
- Casalinhos de Alfaiata - Festa de São José - 9 e 10, 14, 15, 16 e 17 Agosto

CARNAVAL DE TORRES VEDRAS

A comemoração do Carnaval em Torres Vedras é fiel às tradições do entrudo em Portugal. Distingue-se pela participação espontânea e massiva dos cidadãos. Embora os desfiles sejam organizados e neles participem os carros alegóricos, os grupos de desfile, as "matrafonas" e os famosos cabeçudos "Zés-Pereiras", muitos são os populares mascarados que se divertem nos espaços livres, entre os carros e os grupos em desfile. O Carnaval de Torres é conhecido e tem como imagem de marca a carga satírica aos costumes com a mistura explosiva das tradicionais caricaturas que parodiam política e socialmente o "status quo". Num acto da mais elementar "justiça popular", os torrienses e os seus visitantes aproveitam-se para "gozarem" e "vingarem" todos os que durante o ano os "maçaram". Este evento popular tem o seu ponto alto na teatralidade e no cerimonial do "enterro do entrudo".




ALOJAMENTOS – TURISMO

Hotel Golf Mar
Hotel Império
Hotel Santa Cruz
Hotel das Termas do Vimeiro
The Westin Campo Real Golf Resort & Spa
Hotel-Apartamentos Praia Azul
O Pássaro
Pensão Berço Mar
Pensão Promar
Pensão Residencial O Forte
Pensão Mar Lindo
Pensão Alcabrichel
Pensão Ludovino
Pensão Rainha Santa
Pensão Residencial Moderna
Pensão Residencial Os Arcos
Pensão Residencial S. Pedro
Pensão Ninho do Pinhal
Parque de Campismo de Santa Cruz
Casa do Alpendre
Casal do Gil de Cima


VINHOS

Esta região foi eleita zona privilegiada para o cultivo da vinha até aos nossos dias. Os vinhos brancos e tintos são conhecidos e apreciados por toda a parte, sendo considerados dos melhores que se produzem em Portugal. A abertura dos mercados externos determinou o alargamento da área da vinha, feito sobretudo através da transformação de terrenos incultos ou bravios. Essa expansão acabou por aumentar a fixação populacional e reforçar os contactos e os laços com outras regiões. Em 1980, produziram-se nesta região 2,2 milhões de hectolitros de vinho. Por esse motivo, o Oeste constitui a região do país que produz a maior quantidade de vinho sendo Torres Vedras o primeiro produtor nacional.



HISTÓRIA E LOCALIZAÇÃO DAS TERMAS DO VIMEIRO

As Termas do Vimeiro situam-se nas margens do rio Alcabrichel, no topo norte do concelho de Torres Vedras. Por documentos e tradição, julga-se que as águas termais do Vimeiro tenham sido utilizadas pela Rainha Santa Isabel. Sabe-se, ainda, que a Infanta D. Leonor, filha de El-Rei D. Duarte, se teria aí acolhido a beber as águas para cura dos seus males. Porém, o facto histórico mais saliente foi, sem dúvida, a célebre e dura BATALHA DO VIMEIRO, que ocorreu no dia 21 de Agosto de 1808.
As indicações terapêuticas destas águas são: perturbações dispépticas, disfunções hepato-vesiculares, afecções crónicas dos rins e bexiga e certas dermatoses.



HISTÓRIA E LOCALIZAÇÃO DAS TERMAS DOS CUCOS

S ituam-se nos subúrbios de Torres Vedras, a 2 Kms da cidade, junto à Estrada Nacional nº 9, a caminho de Runa. A utilização destas águas e lamas dos Cucos, começou em 1746. Contudo, só em 1866, foi nomeada uma Comissão que procedeu a estudos preliminares sobre as Águas Minerais do Reino, onde figuravam as nascentes dos Cucos. Duas décadas depois chega a Torres Vedras o primeiro comboio da linha do Oeste e é projectada a construção do complexo termal.
As indicações terapêuticas destas águas são: reumatismos crónicos, artroses, espondilartroses, artrites reumatóides, espondilartrites anquilosantes, reumatismos extra-articulares, nevralgias reumáticas, gota e sequelas de traumatismos.


PRAIAS

O concelho de Torres Vedras possui mais de 20 km de costa marítima onde podemos encontrar praias de rara beleza, tranquilas e com largos areais cosmopolitas, onde existem diversas alternativas para o lazer ou para a prática desportiva, principalmente, natação, surf, bodyboard, pesca, entre outros. O clima é ameno, permitindo até a frequência das praias fora da época habitual. As praias mais conhecidas são: Sta. Rita, Porto Novo, Assenta e, de modo particular, Sta. Cruz (antiga praia de Sta. Cruz de Ribamar) que sobressai das restantes pela extensão, largura e brancura do seu areal, bem como pelo seu cosmopolitismo.


Praia de Santa Cruz

Com um areal de longuíssima extensão, Santa Cruz é a praia mais conhecida do concelho devido ao seu cosmopolitismo e à sua animação.


Praia Azul

O extenso areal e as suas dunas caracterizam esta praia. Ideal para praticantes de surf e de bodyboard de Inverno, tendo águas mais calmas de Verão. Está localizada entre falésias e o rio Sizandro.
Possui acesso a deficientes, parque de campismo, pesca desportiva, aluguer de toldos, espreguiçadeiras, bar, duches, restaurante, posto de turismo, bodyboard, surf, instalações sanitárias e praia vigiada.


Porto Novo

Onde desagua o Rio Alcabrichel, encontra-se no limiar de um vale paradisíaco, entre escarpas de vegetação luxuriante, onde se encontram grutas com vestígios pré-históricos, campo de golfe, um centro hípico e uma piscina de água aquecida.


Assenta

Situada no extremo Sul do concelho, junto à estrada para a Ericeira, a praia de Assenta pertence à Freguesia de S. Pedro da Cadeira. É uma praia tranquila e acolhedora, situada num recanto abrigado por altas falésias que a circundam. É o sítio ideal para quem ambiciona umas férias sossegadas.



UM PASSEIO POR SANTA CRUZ E ARREDORES

Em Santa Cruz pode fazer um passeio pedestre ao Longo da Avenida do Atlântico ou pode visitar esta praia através do Comboio Turístico que faz as visitas apenas nos meses de Julho e Agosto entre as 10h00 e as 17h00. Pode ainda melhorar a sua forma física, fazendo o mesmo percurso de bicicleta ao longo da ciclovia entre Santa Cruz e Porto Novo.




PASSEIO PEDESTRE DOS ESCRITORES E DOS POETAS


Poderá fazer ainda vários trajectos a pé, pelo centro de Santa Cruz, visitando alguns locais impregnados de cultura, tocados pelos notáveis poetas e escritores que viveram nesta terra.


Escultura apostada na face lateral da parede da casa onde viveu Kazuo Dan

Monumento a João de Barros e ao fundo o extenso areal em direcção a Porto Novo



Monumento a Kazuo Dan


Varandas da Esplanada Antero de Quental
Vista orientada a Sul, a partir do local onde se encontra o monumento a Kazuo Dan

CULTURA & ETNOGRAFIA


Património Arquitectónico de Interesse Público


Em Santa Cruz e nos seus arredores há três monumentos ou sítios, classificados pelo IPPAR como IIP - Imóvel de Interesse Público:


· Azenha de Santa Cruz
· Ruínas do Convento Penafirme
· Duas Grutas junto a Maceira

Azenha de Santa Cruz

Fica situada no centro de Santa Cruz, foi classificada pelo IPPAR na categoria de Arquitectura Civil e tipologia Azenha, através do Decreto 67/97, DR 301 de 31 de Dezembro de 1997.

Ruinas do Convento de Penafirme

As ruinas do Convento de Penafirme, ou do Convento de Nossa Senhora da Graça de Penafirme, construído entre 1597 e 1638, veio a ser destruído pela invasão das águas como consequência do terramoto de 1755. Situam-se nas dunas, junto à foz da ribeira do Sorraia, a 700 metros da praia de Santa Rita e a 4 km de Santa Cruz.


Grutas pré-históricas

As grutas pré-históricas, designadas por "As Duas Grutas junto a Maceira, incluindo a Gruta ou Lapa da Rainha", situam-se em Maceira, a cerca de 6 km de Santa Cruz, nas margens do rio Alcabrichel.


GASTRONOMIA

A gastronomia de Torres Vedras reflecte a proximidade do mar assente numa forte componente rural: os pratos tradicionais são acompanhados com o tradicional pão caseiro, cozido em fornos de lenha, e a "bela pinga" que se produz no concelho de Torres Vedras. Destaca-se os originais pratos da "matança de porco"; o coelho guisado com arroz; cabrito assado no forno; ensopados de borrego ou de cabrito; os nacos de vitela e as enormes costeletas de vaca grelhados na brasa; as deliciosas sopas de legumes. Também existem muitas confecções à base de peixe e de marisco: os diversificados pratos de Bacalhau; o mexilhão ou a amêijoa ao natural ou ao "bulhão pato"; a caldeirada de peixe; os carapaus, os pargos e os robalos grelhados na brasa. As refeições são acompanhadas com as saladas e completam-se com os mimos de uma sobremesa: os típicos pastéis de feijão; o bolo de ferradura; o queijo saloio e todo o tipo de doces conventuais.


PASTÉIS DE FEIJÃO

Nos finais do século XIX, vivia na Vila de Torres Vedras uma ilustre senhora, D. Joaquina Rodrigues, que possuía uma receita de uns deliciosos pastéis, com que brindava os seus familiares e amigos. D. Maria passou a fabricar os pastelinhos por encomenda, sendo ela a primeira pessoa a comercializá-los. Esta receita passou a ser divulgada entre os familiares de D. Joaquina e, assim, uma parente de nome Maria Adelaide Rodrigues da Silva, mais conhecida por Mariazinha, também aprendeu a arte de fabricar os pastéis de feijão. Entretanto D. Mariazinha, casou com o Sr. Álvaro de Fontes Simões, que decidiu explorar comercialmente os doces. Assim nasceram os pastéis de feijão da marca "Maria Adelaide Rodrigues da Silva", que alcançaram um grande sucesso que se estendeu para muito além da região de Torres Vedras.
Em meados do século, o pastel de feijão passou a ser universalmente conhecido como o doce de Torres Vedras.



LENDA DA SERRA DA ROMÃ

Na freguesia da Freiria existe uma serra à qual chamavam a serra da Romã. Este nome tem uma lenda que poucos conhecem e que – segundo me informam – é muito antiga. Em tempos que se perdem nas esquinas do tempo, aqueles terrenos à volta da actual freguesia de Freiria pertenciam a uma poderosa fidalga viúva que tinha um filho, belo, valente, mas um tanto estouvado em assuntos de amor.
Sabemos apenas que ele era um jovem conde e se chamava Pedro. Andava sempre por terras estrangeiras, e a mãe afligia-se por saber a vida libertina do filho.
Os anos iam passando. Ela sentia-se envelhecer, e o jovem conde não conseguia escolher noiva entre as donzelas casadoiras que a mãe lhe propunha.
Certo dia, porém…
Foi na festa da Primavera. Todos os camponeses que estavam sobre o feudo de D. Elderica – a velha condessa – vinham trazer-lhe, além das suas homenagens, carneiros, porcos, leite e fruta. D. Pedro, que chegara havia pouco de uma das suas viagens, a pedido da sua mãe veio receber dos camponeses o pagamento das suas rendas e as suas generosas oferendas.
Para ele, isso era um sacrifício, mas não queria desgostar a velha condessa.
Olhava arrogante e indiferente a fila de gente humilde que chegava e entregava aos criados o que trazia.
Os camponeses dirigiam-se depois a D. Elderica, a quem saudavam respeitosamente, pois tinham em grande estima a generosa senhora.
D. Elderica sorria a todos, tendo uma palavra de simpatia para cada um.
Mas D. Pedro parecia distante. Dir-se-ia uma bela estátua imaginada por artista de mérito.
De súbito, a estátua animou-se. Na fila dos camponeses, já perto, vinha uma pobre viúva acompanhada pela filha. Trazia a viúva um cesto de fruta, e a filha um braçado de lindas flores de romã. Quando a vez delas chegou e as flores e os frutos foram entregues, D. Pedro inclinou-se para a formosíssima camponesa e perguntou-lhe:
- Como te chamas?
Um pouco atordoada, ela respondeu numa voz sumida:
- Maria.
Ia retirar-se para dar a vez a outra, mas ele reteve-a na sua voz de comando.
- Espera! Preciso ainda fazer-te mais perguntas.
Ela ficou estática. Quase aflita.
Esperou em silêncio as tais perguntas que não vinham, pois ele olhava-a de um modo estranho, que não deixou dúvida à condessa do interesse que Maria lhe inspirara. Por fim perguntou:
- Onde moras?
- Além… mais para a serra…
- Sabes que as flores que trouxeste são muito belas?
Maria sorriu.
- É tudo quanto tenho!
Ele fingiu não ouvir e fez outra pergunta:
- Sabes também que és mais bela ainda do que essas flores?
Maria corou. Seu rosto enrubescido era como romãs. Baixou os olhos sem responder. Mas a pobre viúva, vendo o ar descontente da velha condessa, pediu:
- Senhor… se nos pudéssemos retirar…
D. Elderica rematou logo.
- De certo que sim! Ainda faltam mais de dez dos vossos companheiros e todos têm a sua vida.
Silenciosamente, mãe e filha retiraram-se. Pedro, sorrindo, ficou a olhá-las até as perder de vista.
Quando a cerimónia terminou, mãe e filho ficaram sós. D. Elderica, numa voz pouco serena, pediu ao filho que ia já afastar-se:
- Esperai um pouco, Pedro!
Ele fingiu mostrar-se surpreendido.
- Que mais quereis, senhora? Não vos acompanhei até ao fim desta quase interminável procissão?
Ela acenou a cabeça. A sua expressão era firme bem como a sua voz.
Assim foi. E se achastes quase interminável a fila dos que pagam o seu dízimo, é porque somos na realidade muito poderosos.
Ele encolheu os ombros.
- Como poderei esquecê-lo?
- Pois creio que o conseguiste ainda há pouco.
Ele admirou-se.
- Esqueci-me? Quando, senhora?
- Quando dirigistes galanteios despropositados à camponesa das flores de romã!
D. Pedro riu. Depois tentou tornar mais austera a sua expressão, ao replicar:
- Senhora minha mãe… tanto desejastes que ficasse junto de vós… que atendesse esses pobres camponeses!
- Mas não vos pedi que galanteardes as filhas do campo como se fossem filhas de algo!
D. Pedro não respondeu logo. Fitava um ponto vago no salão. Depois murmurou, como para si próprio:
- Tantas mulheres que tenho visto por esse mundo fora, nunca vi nenhuma que a beleza se igualasse à de Maria!
D. Elderica afligiu-se.
- Pedro, meu filho, vede o que estais dizendo!... Prometei-me que não vais procurar essa pobre rapariga! Será duro para ela… e para nós!
Pedro não prometeu. Ironizou:
- Depois de estar enamorado de dezenas de mulheres, pensais que iria prometer-me à jovem Maria?
A condessa, num ar altivo, retorquiu-lhe:
- Claro que não! Mas também não deveis sequer desorientá-la. Com o fogo e o ferro não devemos brincar!
E sem mais explicações saiu do salão, deixando o jovem entregue a surpreendentes pensamentos.
Dois dias passaram sobre a festa das flores. D. Pedro, sem poder mais conter-se, saiu do palácio e foi dar ao monte onde morava a viúva, guiado pela cor das flores de romãzeiras. Levava o cavalo a passo. O coração batia-lhe como em dia de grande caçada.
De súbito puxou as rédeas, com mais precipitação do que seria necessário. O cavalo estacou. Ali estava Maria, sentada num banco improvisado e olhando extasiada o horizonte, como se algo mais os seus olhos descortinassem. D. Pedro via-a de perfil. Desceu do cavalo e encaminhou-se para ela, de mansinho. Tão absorta estava ela na sua meditação que nem ouviu os passos do recém-chegado pisando a terra fresca. Foi necessário que este chamasse baixinho.
- Maria…
Ela sobressaltou-se. Ergueu-se dum salto, os seus olhos arrasaram-se de lágrimas. Tremia. Ele notou-lhe a emoção. Perguntou docemente:
- Tens medo de mim? Assustei-te?
Maria tentou reagir.
- Senhor… Eu estava a imaginar-vos… lá em baixo…
Pedro sorriu satisfeito.
- Mas viste-me junto de ti e duvidaste dos teus próprios sentidos. Pois devias esperar-me!
Ela mordeu os lábios antes de responder:
- Senhor! Como poderia ousar…
Tornou-se mais quente a voz do jovem conde.
- Maria, és a mulher que maior impressão me causou até hoje. E tenho visto tantas!...
As lágrimas libertaram-se e correram serenas, silenciosas, pelo rosto da rapariga. Ela murmurou:
- Senhor, vós podeis amar a quantas mulheres quiserdes! Sois jovem, sois belo, sois conde! Ao passo que eu…
Ele atalhou:
- O teu coração, se está livre, poderá amar quem nele terá entrada!
Ela ripostou numa voz que se perdeu no espaço:
- O meu coração está cheio. Nele não cabe mais nada!
D. Pedro pegou-lhe numa das mãos.
- Maria! Tu amas a quem?
- É meu segredo, senhor!
- E não és amada?
- Como eu amo, não!
- Não posso querer! Diz-me de quem se trata!
- Perdoai-me, senhor… mas prometi a mim própria só falar no dia em que acreditar num amor feliz.
- A que chamas tu amor feliz?
- Àquele que é partilhado com igual ardor.
- Também eu desejo um amor feliz. E se tu pudesses, Maria… Maria… se tu pudesses!
Ela fez-se pálida.
- Se eu pudesse… o quê?
- Se tu pudesses amar-me como eu sinto que te amo…
Maria, como resposta, tapou o rosto com as mãos e chorou silenciosamente. Pedro estreitou-a contra si, num arrebatamento. Perguntou:
- Maria, Maria, diz-me! Preciso de ouvir da tua boca… Tu amas-me?
Num murmúrio, ela confirmou:
- Desde a festa da Primavera!
Durante um mês seguido, Maria e o jovem encontraram-se na serra coberta de flores de romã. Pedro sentia que não podia separar-se da única mulher que soubera conquistar o seu coração volúvel. Ciente de tal certeza, certa manhã confessou à velha condessa a sua decisão de casar com a jovem Maria. A desagradável surpresa deixou a condessa tão transtornada que caiu sem sentidos. Aflito, D. Pedro tentou reanimá-la. Mas a velha senhora, depois de voltar a si, só serenou um pouco quando D. Pedro lhe jurou renunciar ao casamento com a formosíssima Maria.
Todavia, não podendo continuar ali, partiu parra a guerra em longes paragens. E a mãe, acreditando que esse seria o melhor meio de ele esquecer Maria, conformou-se com a sua abalada.
Partiu D. Pedro sem sequer se despedir da jovem camponesa. Sabia que se o intentasse não poderia cumprir a jura que fizera à mãe. Mas levava o desejo de morrer por lá, perdido nas aventuras guerreiras. Como despedida, enviou à jovem o cesto que ela ofertara à condessa, também repleto de flores de romãzeira.
Quando a jovem soube o que aconteceu não chorou, nem disse uma só palavra. Mas deixou de comer. Tinha sempre o olhar distante. Não dormia. Não falava.
Vinham de longe os camponeses para se inteirarem da sua saúde. Mas ela guardava ciosamente o seu segredo.
Certo dia, a condessa ouviu dizer que a jovem estava a morrer. Ia-se definhando hora a hora, minuto a minuto.
O remorso entrou no coração da velha fidalga. Deixou para trás os pergaminhos e foi visitar Maria.
Foi no princípio do dia. O sol doirava os campos e punha mais vivas as cores das flores das romãzeiras. Quando a carruagem chegou, com dificuldade, ao cimo do monte, a mãe de Maria correu a anunciar a nova.
- Filha, olha para mim! Calcula que a senhora condessa veio visitar-te!
Maria soergueu-se um pouco. As faces rosaram-se-lhe levemente. A fidalga entrou sem pedir licença e disse para a pobre viúva:
- Deixe-nos sós.
Atarantada, a mulher saiu do aposento pobre. A senhora aproximou-se do leito e inclinou-se. A sua voz tremeu.
- Maria! Sei porque estás a morrer. Pedro partiu para a guerra e fui eu que o obriguei a jurar que te deixasse. Quero que me perdoes esse excesso de orgulho que me ia matando e que te vai roubando a vida. Já tentei comunicar com o meu filho. Disseram-me que se mete nas batalhas mais arriscadas, sem gosto pela vida. Diz que me perdoas, Maria!
A jovem tinha os olhos rasos de lágrimas, mas os músculos do rosto continuavam parados.
A condessa voltou a falar:
- Maria! Venho levantar a jura que obriguei o meu filho a fazer. E logo que tenha mensageiro dir-lhe-ei para voltar!
Maria suspirou fundo. Mexeu os lábios e por fim murmurou:
- Já será tarde!
Com um gesto, pediu que chamasse a mãe. A condessa satisfez-lhe o desejo. Maria fez um sinal à mãe para que se chegasse mais perto. Depois, numa voz fraquíssima, quase de além-túmulo, pediu:
- Mãe… Encha o cesto que levámos… naquele dia… com flores de romã… e entregue-o à senhora condessa… São para o Pedro!
Chorando, a velha camponesa apressou-se a cumprir o desejo da filha.
A condessa levou o cesto repleto de flores. À noitinha, Maria expirava, sorrindo docemente.
Dois meses depois, o jovem conde regressou da guerra. Tarde demais para casar com Maria. Mas a horas de entrar para o mosteiro, onde se isolaria de tudo quanto tinha amado neste mundo. Tudo, não! Antes de partir, subiu à serra que ele e depois o povo chamaram «da Romã» e colheu uma flor.
Levou-a consigo, escondida. E abandonou para sempre aquelas paragens onde poderia ter sido um conde poderoso e feliz. Na sua vida de religioso, procurou sempre auxiliar os rapazes ou raparigas que não podiam casar por falta de dote. E os outos monges, vendo o seu estranho labor, começaram a chamar-lhe, por graça, o «monge casamenteiro».

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Peniche

Mapa

Caracterização

Peniche assenta sobre uma península com cerca de 10 Km de perímetro, tendo uma área de 77 km2 e 27.312 habitantes. A costa é formada por grandiosos rochedos e por magníficas praias de grande extensão, debruçando-se sobre o oceano num desfilar constante de aspectos surpreendentes a maravilharem os olhos dos visitantes.
O concelho de Peniche viu desde os tempos distantes o seu território ocupado por populações que, explorando os recursos naturais disponíveis, viram na pesca e na agricultura as suas principais actividades económicas. Actualmente a economia de Peniche baseia-se no sector primário, na pesca e na agricultura; no sector secundário, na indústria de transformação alimentar e no sector terciário, no turismo e serviços.


História

O concelho de Peniche possui uma longa e rica história, tendo sido sucessivamente ocupado por populações que, ontem como hoje, fizeram da pesca e da agricultura as suas principais actividades económicas.
As falésias calcárias que cruzam toda a Península de Peniche contam uma história contínua, com mais de 20 milhões de anos da evolução geológica do Jurássico inferior de Portugal. Uma história impressa nas rochas que remonta aos primórdios do Jurássico (há cerca de 200 milhões de anos) e à “vida” mais recente do Planeta Azul, quando os dinossauros já povoavam as zonas continentais e a Península Ibérica ficava bem pertinho da porção setentrional do continente americano.
A sua especificidade geo-morfológica, oscilando entre uma realidade insular/peninsular, parece ter moldado e condicionado, de um ponto de vista sócio-económico e cultural, as populações que ao longo dos tempos ocuparam este território, permitindo simultaneamente que o concelho de Peniche fosse palco de importantes acontecimentos históricos de índole nacional e internacional.



Livro do Tombo da Atouguia da Baleia


Praias


Praia da Cova de Alfarroba

A meio da Baía, entre Peniche e o Baleal, é uma praia de areal extenso, de dunas e de mar calmo. É uma praia vigiada e com boas infra-estruturas de apoio, frequentada por habitantes locais e praticantes de pesca desportiva.

Praia da Gambôa

Também conhecida como Praia do Norte, da Cambôa ou Gambôa, tem um areal extenso e águas calmas. Tem passadeiras de acesso à praia e boas infra-estruturas de apoio.


Praia do Baleal

Entre a península de Peniche e a (antiga) ilha do Baleal situa-se uma baía com cerca de 4 kms de extensão.

Praia do Baleal Sul / Ferrel


Com um extenso areal e um mar calmo, é uma praia indicada para banhos. É frequentada essencialmente por jovens. Abrigada de ventos, contrasta com a Praia do Baleal Norte. Ambas as praias partilham os acessos.


Praia do Baleal Norte/ Lagido

De extenso areal, onde o mar está habitualmente agitado, o que contrasta com a Praia do Baleal Sul. De grande beleza natural, tem boas infra-estruturas de apoio e é vigiada. Foi galardoada em 2006 com Bandeira Azul.


Praia do Medão/ Supertubos

De extenso areal, tem um mar que forma os "Super Tubos" que dão o nome à praia. É frequentada por surfistas e bodyboarders, tem boas condições balneares e é vigiada.


Praia da Consolação

Com um extenso areal fino com algumas pedras, tem um mar calmo e é muito procurada pelas suas condições para tratamentos ortopédicos. Tem boas condições balneares e vigilância.


Praia de S. Bernardino

Pequeno areal acolhedor e abrigado, rica em iodo. Com boas condições balneares de apoio, é uma praia vigiada e possui bons acessos. É rodeada de arribas, o que lhe dá beleza natural.


Praia do Molhe Leste


Praia localizada numa baía de mar calmo, indicada para banhos. É frequentada por famílias de crianças pequenas. Com dunas, é uma praia vigiada, com boas infra-estruturas de apoio.



Monumentos a visitar


Fortaleza de Peniche

Esta fortaleza foi mandada edificar por D. João III, em 1557, e concluída em 1645 por D. João IV, que a considerou a principal chave do reino pela parte do mar. Este imóvel viu o seu espaço utilizado de forma diversa, de acordo com as necessidades históricas de cada época.

Fonte do Rosário

A fonte do Rosário é uma imponente fonte de mergulho, na qual para maior comodidade de uso foi construída uma rampa de acesso e um pequeno pátio interior que permitia a inversão do sentido de marcha das carroças e animais que transportavam a preciosa água para a vila. Provavelmente construída no séc. XVI ou XVII, para atender às necessidades da terra, foi restaurada no séc. XVIII, de acordo com a data de 1717 gravada na pedra central do arco da entrada.

Igreja de S.Pedro

A igreja de S. Pedro localiza-se no coração do centro histórico de Peniche, constituindo o maior templo do concelho. Esta igreja, datada do final do séc. XVI, apresenta-se dividida em três grandes naves. Nas naves laterais, pontificam vários altares consagrados a divindades como Nossa Senhora da Boa Viagem, o Senhor do Bonfim ou S. Pedro da Alcântara. Já na nave central, destaca-se a magnificência barroca da capela-mor consagrada a S. Pedro, decorada com talha dourada e ostentando belíssimas colunas dorsas, para além de várias pinturas setecentistas representando cenas da vida do santo padroeiro.


Igreja da Misericórdia

Datada no início do séc. XVII, sendo pertença da Santa Casa da Misericórdia, no interior desta igreja, anexa ao antigo hospital da referida instituição, encontramos uma rara beleza decorativa, visível nos painéis azulejares seiscentistas; nas pinturas de óleo, algumas de grande dimensão, que decoram as paredes com cenas alusivas a acontecimentos evangélicos; e no tecto decorado com caixotões, ilustrando cenas da Vida e Paixão de Cristo.


Santuário da Nossa Senhora dos Remédios

A capela da Nossa Senhora dos Remédios constitui a base de um Santuário consagrado ao culto mariano. Desconhece-se a data de construção desta igreja, mas supõe-se que seja do séc. XVI. Segundo a lenda, a imagem da Nossa Senhora terá sido encontrada no séc. XII escondida numa pequena caverna, situada no local onde hoje ainda se ergue a capela.


Igreja de Nossa Senhora da Conceição - Atouguia da Baleia

A igreja de Nossa Senhora da Conceição, localizada em Atouguia da Baleia, datada dos finais do séc. XVII, é um templo de estilo barroco, de autoria do arquitecto João Antunes, construído com as esmolas da população e de algumas figuras da nobreza portuguesa seiscentista, como a rainha D. Maria Sofia Isabel de Neuburgo, segunda mulher de D. Pedro II.


Forte da Consolação

O Forte de Nossa Senhora da Consolação foi mandado edificar em 1641 por D. João IV, e concluído em 1645, segundo uma lápide existente acima do portão principal. Insere-se numa ampla política de defesa e fortificação da linha costeira da região de Peniche, com forte implemento após a Restauração. É um importante obstáculo a qualquer desembarque hostil nas praias da dita baía.


Artesanato

A nível de artesanato, a cidade de Peniche é conhecida pelas famosas rendas de bilros, havendo já outro tipo de artesanato que, não tendo um peso tão relevante, é importante a nível de divulgação turística do artesanato de Peniche. Os artesãos das rendas de bilros, assim como os das outras artes, encontram-se enquadrados e representados em quatro associações: a Escola de Rendas de Bilros, a Associação Peniche - Rendibilros, a Associação dos Artesãos de Santa Maria e a ALA – Associação Local de Artes.
A Associação Local de Artes existe desde 1994. Os materiais utilizados pelos artesãos da ALA são diversos: desde os trabalhos em pedras de calcário originais e únicas das praias de Peniche; trabalhos em madeira como as réplicas de embarcações em miniatura e peças em madeira alusivas ao surf; representações de penicheiros em tecido endurecido, trabalhos em cerâmica e pintura.
Quando às rendas de bilros, não é fácil localizar, com exactidão, a data do seu aparecimento em Peniche, mas já no séc. XVII os bilros existiam nas almofadas cilíndricas das mulheres penichenses, a dar vida às formas mais ou menos ingénuas dos desenhos traçados sobre os piques cor de açafrão, dado que, pelo menos num testemunho datado em 1625, se regista a doação de uma renda e, poucos anos depois, já a pintora Josefa de Óbidos as inclui em vários dos seus quadros.



Artesãos de Peniche

Adelino Félix
Av. Porto de Pesca, lote E, r/c Esq.
2520 Peniche
Telm: 96 710 45 77
Artista plástico

ALA-João Bulhões
Campo da República, 3º Esq.
2520 Peniche
Telf: 262 789 896
Telm: 96 440 36 72
Barcos de madeira

Alberto Marreiros
Carpintaria da Câmara Municipal de Peniche
2520 Peniche
Telf: 262 780 100
Miniaturista (embarcações)

Antero Anastácio
Avenida Porto de Pesca, Bloco A, 3ºFrt Dtº
2520-208 Peniche
Telm: 96 671 79 74
Pintura a óleo

Associação de Artesãos de Peniche
Pavilhão Polivalente
2520 Peniche
Telf: 262 785 746
Renda de bilros

António Vaz Serra
Rua dos Hermínios, n.º51
2520 Peniche
Telm: 91 906 14 69
Aguarela e azulejo

ART Biju
Travessa do Paiol, Bloco C/4, 2º Fr. Esq.
2520-440 Peniche
Telm: 96 333 90 49 ou 93 576 16 63
Bijutaria

ART Mar

Travessa da Horta, n.º 13
2520-503 Peniche
Telf: 262 789 661
Telm: 93 994 59 87
Arte de marinheiro

Atlético Clube Geraldes - Secção de Artesanato
Rua Campo da Bola, n.º 9 Geraldes
2525-514 Peniche
Telf: 262 709 313
Artesanato diverso

Cantinho das Artes
Rua Gago Coutinho, Bloco 1 r/c Dtº
2525-440 Peniche
Telm: 96 525 59 77
Bijuteria/ pintura /Tererés

Carlos Alberto Correia
Rua Gil Eanes, n.º13
2520 Peniche
Telf: 262 783 287
Barcos de Madeira

Célia Maria Antunes Barata
Bairro Santa Maria, Bloco 10, 2º Esq
2520-625 Peniche
Telm: 96 537 74 07
Bijutaria/joalharia

Damião Granada
2520 Peniche
Telm: 96 818 64 39
Nós de marinheiro

Eduardo Pereira
Rua da Fundação, n.º 12
2520 Ferrel
Telm: 96 463 89 64
Pintura

Elsa Morais (CERCI - Peniche)
Rua Santana
2520 Peniche
Telf: 262 787 477
Telm: 96 276 38 29
T-shirts, cerâmica, cestaria, molduras

Escola de Rendas de Peniche
Rua Alexandre Herculano
2520-273 Peniche
Telf: 262 789 571
Renda de bilros

Fernando Luís Lopes
Rua Fundação Salazar
Bloco 3, 1º Esq
2520 Peniche
Telf: 262 083 630
Barcos à escala

Filipe Leitão
Rua do Serro, n.º42
2520 Peniche
Telm: 96 500 02 04
Minituras de motivos marinhos e pranchas de surf

Gaby Arte
Rua da Saudade, n.º6
2525-048 Peniche
Telf: 262 759 720
Telm: 96 863 02 61
Gravuras em cerâmica

Hélder Filipe Leitão Atelier
Fortaleza de Peniche
2520 Peniche
Telm: 96 500 02 04
Utilitários em madeira

João Paulo Santos Augusto
Pavilhão Stella Maris (Polivalente)
2520 Peniche
Telf: 262 782 172
Artista plástico

José Carlos Baptista
Rua António Conceição Bento, n.º6,1ºE
2520 Peniche
Telm: 91 428 28 46
Pintura a óleo


Gastronomia

Pela proximidade do mar, as pessoas de Peniche desde sempre se dedicaram à pesca, pelo que não é de estranhar que a sua gastronomia seja predominantemente baseada em pratos de peixe e marisco. Nos restaurantes da cidade e nas principais estâncias balneares, podem-se encontrar as mais diversas especialidades gastronómicas da região, de onde sobressaem a “caldeirada de Peniche” e a “sardinha assada”. Igualmente deliciosa é a doçaria local, onde encontramos os “ pastéis de Peniche”, “os amigos de Peniche” e uns biscoitos de amêndoa chamados “esses”.



Lenda


“Amigos de Peniche”

Amigo de Peniche, em Portugal, é uma expressão idiomática que se refere a um falso amigo. Trata-se de uma pessoa que apenas está interessada em receber e ganhar louros às nossas custas e nada nos dá em troca. No Brasil e também em Portugal , há outra expressão equivalente: amigo da onça.
Reza a
lenda que a expressão provém da altura das invasões napoleónicas, pois durante o cerco da cidade de Lisboa, as gentes de Peniche prometeram tentar chegar ao Porto por mar de forma a fazer desembarcar víveres, mas nunca apareceram. Na verdade, parece que nem tentaram e as pessoas do Porto cada dia desesperavam mais pelos "amigos de Peniche".
A lenda descrita no parágrafo anterior não tem qualquer fundamento histórico, e tal não corresponde à versão mais conhecida (e mais credível) que é a seguinte:
A expressão tem origem nas invasões
napoleónicas, no entanto a versão generalizada (e existem factos históricos que comprovam esta tese), refere-se ao facto de, sendo Portugal e a Inglaterra aliados desde há séculos, e sendo a Inglaterra a principal interessada em ter acesso aos principais portos marítimos internacionais (que a França lhe queria bloquear), era de todo o interesse que o porto de Lisboa se mantivesse acessível ao comércio marítimo inglês.
Assim, os ingleses desembarcaram em Peniche, dizendo que vinham prestar ajuda a Portugal, mas o que ficou na história foi que mal desembarcaram em terra, iniciaram imediatamente pilhagens e todo o género de barbaridades.
De Peniche, avançaram até Lisboa, pela rota que ficou na história como
Linhas de Torres (Torres Vedras).
Desde esse tempo, os ingleses passaram a ser pouco considerados pelos portugueses, desconsideração essa que ainda se acentuou mais na época do
Ultimato britânico de 1890, que originou uma grande manifestação de indignação no Largo de Camões, em Lisboa.
Desde esse tempo, a expressão "Amigos de Peniche", passou a designar todos os falsos amigos



Lenda do Senhor Branco

Por alturas do séc. V da nossa era cristã, o povo da ilha de Peniche vivia em cabanas e dedicava-se à pesca. Era alegre, hospitaleiro e laborioso. A família, bem constituída, agrupava-se sob a suave direcção dos mais velhos, movidos pelo mais recto espírito da justiça. Não tinham ambições, nem receavam ninguém. O mar, embora furioso por vezes, dava-lhes o suficiente para viverem, como tesouro inesgotável.
Um dia, ainda cedo, algumas lanchas haviam saído para o mar. A luz era fraca. Mas um dos homens apontou aos outros o que acabava de descobrir. Aproximava-se a toda a vela um navio estranho, com velame complicado, diferente de quantos tinham visto.
O primeiro movimento entre os pescadores foi de espanto. Depois começaram a recear, pois o navio dirigia-se para o seu pequeno e difícil porto. Perguntavam ansiosos: «Quem seriam os tripulantes? Donde viriam? Que desejariam da sua terra?»
Alguns mais afoitos gritaram para bordo que seguissem viagem sem aportar. Mas os do navio não fizeram caso ou não os compreenderam e aportaram mesmo.
Amedrontados, os pescadores não tiveram coragem de continuar a faina. Remaram para terra com quanta força tinham, para observar o que iria acontecer.
O navio ficou a certa distância da terra e dele desceram, em pequenos botes, uns homens enormes, de ombros largos, loiros e fortes. Embasbacados, os pescadores descobriram que esses mesmos gigantes loiros fizeram descer para un dos botes uma dama, loira também, envolta em véus espessos que não deixava ver o seu rosto. Rodeavam-na de atenciosos cuidados. Depois, fizeram-se a terra, seguidos pelas embarcações dos pescadores.
Em terra, os homens loiros ajudaram a dama a descer. Depois esperaram que os pescadores chegassem também a terra.
Frente a frente, os homens olharam-se. Não havia na expressão deles rancor ou ódio. Os loiros sorriam. Os pescadores aguardavam. Por fim, um dos homens agigantados falou em espanhol:
- Amigos, precisamos da vossa ajuda.
Um dos pescadores mais velhos perguntou:
-Donde vêm?
O outro respondeu:
-Vimos do Norte e precisamos de um porto amigo. Saberemos recompensar-vos. Podemos armar aqui as nossas tendas?
O pescador respondeu:
- Fiquem, se vêm por bem. É essa a vossa linguagem?
- Não. Falamos uma língua que não entendeis. Eu e a dama que trazemos falamos castelhano. Haverá aqui alguma mulher que saiba cuidar de uma doente?
- Eu tratarei disso.
O gigante loiro agradeceu e logo começaram a levantar tendas, a acomodar os seus cofres e armas de guerra. E em poucos dias reinava entre todos uma franca e sincera fraternidade.
A dama loira, de uma beleza fascinante, de modos gentis e olhar doce, esperava um filho. Mas devia estar muito fraca, pois quase não falava e dos seus olhos de vez em quando corriam lágrimas.
As mulheres mais hábeis ficaram ao serviço da bela senhora, como lhe chamavam os da ilha. Cada dia mais triste e mais pálida, ela sorria, sem forças para agradecer melhor os cuidados de que era alvo. E as mulheres dos pescadores já a amavam como se fosse sua rainha.
Uma noite, pouco tempo depois de terem aportado à ilha, a dama deu à luz um menino. Porém, não era como aqueles que as mulheres de Peniche estavam habituadas a ver nascer. Era grande, muito branco e rosado, cabelo de um loiro desmaiado, olhos de um azul vivo como reflexos do mar!
Ao ver o menino, a dama soluçou. Primeiro com angústia, depois com serenidade, por último com alegria. Porém, os seus servidores - pois todos a tratavam com deferência – lançaram gritos de vitória. Contagiados, os pescadores de Peniche associaram-se ao júbilo extraordinário dos estrangeiros e cantaram e bailaram com eles.
O dia estava belo. O sol queimava os corpos, dando um tom rubro à pele branca dos estrangeiros. E quando a tarde começou a cair, ainda se bailava e cantava. Porém, dentro da cabana, o menino dormia. Olhando-o com ternura, a dama loira chorava ainda em silêncio. Apiedada por essa dor secreta, a mulher que dela cuidava começou a chorar também. A dama notou o facto. Suspirou fundo. Estendeu-lhe uma das mãos que a mulher de Peniche apertou nas suas. E então, a dama falou. A sua voz era pausada, de timbre admirável.
- Vou contar-te a minha história. Queres ou não conhecê-la?
A mulher foi sincera:
- Senhora…Há muito que desejava saber porque choras tanto!
Sorriu a dama entre lágrimas e começou:
- Vim de muito longe…De um país do Norte chamado Dinamarca.
- E como é esse país?
- Diferente do teu. Lá, o sol não brilha como aqui. É um país de luz triste, de povo guerreiro e cruel.
- Fizeram-te mal?
- Ouve o que te digo. Meu pai, que é o rei da Dinamarca, deu-me em casamento a um príncipe de outra nação vizinha.
- E não gostavas dele?
- Não!
- Porquê? Era feio ou velho?
- Nem feio nem velho. Mas é um homem brutal, muito mau. A sua maior alegria é passear, amarradas à sela do seu cavalo, as cabeças dos seus inimigos e beber em seu crânios esvaziados o hidromel da vitória!
A dama calou-se, cansada. Alina, a mulher que a escutava, levou uma das mãos à cabeça em sinal de protesto.
- Claro que não podias casar com esse príncipe cruel!
A dama continuou:
- Mas não era só isso.
- Que mais havia?
- Eu amava outro homem!
- E como era ele?
- Jovem, belo, generoso e valente!
A dama tornou a calar-se olhando um ponto vago no espaço. Curiosa, a sua interlocutora indagou:
- Então porque não te deixaram casar com ele?
A dama despertou dum sonho e respondeu com tristeza:
- Meu pai não quis!
- Porquê? Não era de sangue real?
- Não…mas pertencia a outra estirpe muito superior, porque era cristão. Não admitia a vingança e bebia o vinho em vasos de prata, com o coração tranquilo e limpo de maldade.
- Não falaste ao rei teu pai, pedindo que te atendesse?
A dama loira suspirou fundo.
- Falei. Amava tanto o meu senhor! O senhor do meu coração…da minha vontade! Disse-lhe que sem ele seria um corpo sem alma!
- E que fez o seu pai?
A dama calou-se mais uma vez. Talvez cansada, talvez embargada pela emoção. A mulher que a ouvia respeitou esse silêncio. Compreendia o drama que envolvia essa pobre mulher, tão bela e tão meiga. Ao cabo de uns momentos, a dama prosseguiu a sua narrativa.
- Sabes o que fez o meu pai? Encerrou o meu bem-amado no subterrâneo dum castelo, para que ali morresse de fome e de frio!
- E depois?
- Depois…depois…julguei morrer de dor. Então, uns amigos de ambos conseguiram comprar uns guardas e todas as noites, em segredo, vinham buscar-me ao palácio e conduziam-me à presença do meu bem-amado. Levava-lhe então alguns alimentos e o calor da minha afeição sem limites. Casámos secretamente numa noite que nunca mais esquecerei, tais as peripécias de que se rodeou. Tudo parecia estar contra nós. Tudo!...Até o tempo! O vento zunia com impiedade. A chuva alagava os campos. Os trovões atordoavam as gentes. Dir-se-ia a noite do Juízo Final!
Calou-se, mais uma vez, a jovem dama. Depois continuou:
- Fomos felizes, apesar de tudo, durante cinco luas. Mas uma noite…alguém me denunciou, e os cavaleiros nossos amigos tiveram que fugir! Eu recolhi ao palácio…e ele…o meu bem-amado esposo…o meu bondoso e belo cavaleiro…foi degolado na prisão!
A dama curvou a cabeça. Lágrimas grossas inundavam-lhe o rosto. Beijou a testa do seu menino e murmurou:
- Já não tens pai. Mas tens ainda mãe e amigos! Amigos que não te deixarão cair nas mãos do rei! Ficas sem pátria…outra tomarás como tua!
Calou-se de novo a dama loira. Chorava em silêncio. Por fim, retomou a narrativa interrompida.
- Alguns dias depois da morte do meu esposo, aquele que hoje comanda o nosso pequeno grupo e foi o mais sincero amigo do pai do meu filho, veio ter comigo. Disse-me que tinha um barco à minha espera, para se fazer ao mar com todos os que haviam sido amigos dedicados do meu esposo. Queriam livrar da ira do rei o fruto do meu amor – o meu filho! – Não hesitei e parti com eles, levando no meu seio o único laço que me prendia à vida.
Novo silêncio que Alina cortou.
- Como conseguiste sofrer tudo isso… e viver ainda?
- É verdade. Hoje pasmo. Mas creio que é por ele que vivo. Por ele, meu menino!
- E é tão lindo, o teu menino! Tão branco…tão branco…parece mesmo um grande senhor!
- E é! É o neto do rei da Dinamarca! E vive! Vive, graças aos meus amigos, que conseguiram trazer o berço até aqui. Graças a Deus que o meu esposo adorava esse meigo Jesus de que ele falou até morrer! E graças ao teu povo, que nos recebeu com tanto carinho! Aqui viverá o meu filho; o meu Jauntzuria!
- Que nome lhe deste?
- É esse que ouviste: Jauntzuria, que quer dizer «Senhor Branco».
Alina olhou enternecida o menino que dormia. E murmurou, quase numa oração:
- Que cresças para bem, Jauntzuria!
Lá fora, os homens continuavam expandindo o seu júbilo. E o Sol acolhedor acariciava-lhes as costas e os braços nus.


Principais eventos, festas, feiras, romarias


Atouguia da Baleia: feira no 1º Sábado de Setembro
Feira e festa de S. Leonardo: 6 e 7 de Outubro, Peniche
Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem: 1º Domingo de Agosto
Romaria da Senhora dos Remédios: 3º Domingo de Outubro
Festa da Nossa Senhora: 14 a 16 de Agosto e 8 de Dezembro
Festival Sabores do Mar


Hotéis


Albergaria Maciel
Descrição: 4 estrelas
Categoria: Pensões e Residenciais
Morada: Rua José Estêvão, nº 38
Localidade: Peniche
Código Postal: 2520-466 Peniche
Telefone: +351 262 784 685
Fax: +351 262 084 719
E-mail: info@residencial-maciel.com
Website: www.residencial-maciel.com

Área de Campismo da Berlenga

Descrição: Contactar Posto de Turismo de Peniche
Categoria: Parques de Campismo
Morada: Rua Alexandre Herculano
Localidade: Ilha da Berlenga
Código Postal: 2520-273 Peniche
Telefone: +351 262 789 571
Fax: +351 262 789 571
E-mail: turismo@cm-peniche.pt

Atlântico Golfe Hotel

Descrição: 4 estrelas
Categoria: Hotel
Morada: Casal do Botado
Localidade: Praia da Consolação
Código Postal: 2525-150 Atouguia da Baleia
Telefone: +351 262 757 700
Fax: +351 262 750 717
E-mail: atlanticogolfehotel@atlanticogolfehotel.com

Casa Abrigo - Forte de S. João Baptista

Descrição: Associação Amigos da Berlenga. (As reservas deverão ser feitas para o número 912 631 426 de 2ª a 6ª entre as 18h00 e as 23h00).
Categoria: Pousada
Localidade: Ilha da Berlenga
Código Postal: 2520-000 Peniche
Telefone: +351 262 750 244


Restaurantes

Adega do Pedra
Morada: Rua 1º de Dezembro
Localidade: Peniche
Contacto: 262784226

Atlântico
Morada: Estrada Marginal Norte
Localidade: Peniche
Contacto: 262186924

Canhoto
Morada: Rua Tenente Valadim, 23
Localidade: Peniche
Contacto: 262784512

Gaivota
Morada: Largo da Ribeira
Localidade: Peniche
Contacto: 262782202

Nau dos Corvos
Morada: Cabo Carvoeiro
Localidade: Peniche
Contacto: 262789004



As Berlengas



Localização geográfica

As Berlengas são um pequeno arquipélago situado a cerca de 10/15km a oeste de Peniche. Fazem parte desta ilha três pequenos ilhéus: a Berlenga Grande e Recife: as Estelas e os Farilhões – Forcados. A parte mais importante da ilha está situada a oeste, chama-se Berlenga e tem cerca de 2/3 da superfície total da ilha. A outra parte, a leste da ilha, separada pela erosão marítima chama-se Ilha Velha. A ilha principal tem cerca de 1500m de comprimento e 800m de largura. Uma das atracções das Berlengas são as inúmeras grutas espalhadas pelo granito da ilha. As tranquilas e transparentes águas onde abunda muitas variedades de peixes fazendo lembrar as ilhas tropicais. É, portanto, um local de passagem obrigatória, não sendo de livre acesso. Toda a ilha é considerada Reserva Natural, mas existem caminhos com cerca de 2km,onde pode deslumbrar a sua paisagem.
A ilha tem um bairro dos pescadores com 2 ruas,”a Rua do Pirotas” e a “Rua José Caldinhos” apenas com 16 casas. Entre elas, 2 são casas de férias e as restantes 14 são de pescadores residentes; 4 destes pescadores são responsáveis pelas travessias que se fazem nos meses de Verão várias vezes ao dia. O acesso ao Forte faz-se a partir da praia principal e tem de ser feito de barco ou por escadas e pela rampa, até à zona Sul da ilha que permite avistar os ilhéus Estelas.
Os pontos de referência dos rochedos são as formas irregulares das rochas em que uma delas é conhecida por ter forma de baleia.




Monumentos


Forte de S. João Baptista

O Forte de S. João Baptista localiza-se na ilha da Berlenga, tendo sido mandado edificar no reinado de D. João III e concluído no reinado de D. João IV. Foi construído com a finalidade de impedir a ocupação desta ilha por corsários norte-africanos ou por potências inimigas, vivendo desde Junho de 1666 o episódio bélico mais célebre da sua história: a tentativa de rapto da princesa francesa Maria Francisca Isabel de Sabóia, noiva de Afonso VI.


O Farol


Construído em 1841, o Farol foi baptizado de “Duque de Bragança”e é sem dúvida uma presença indispensável na ilha. Tem a função de avisar os barcos que se encontrem na zona de que ali existe terra, mais propriamente 3 ilhas: as Berlengas.
Com cerca de 29m de altura, sempre que esteja um dia de céu limpo, a sua luz é visível a uma distância de 50km.
O Farol está activo por uma célula que utiliza a energia acumulada durante o dia através de vários painéis solares que se encontram junto à sua base ou através de um gerador que está numa das suas divisões. No farol estão sempre 2 faroleiros, 24h por dia, 365 dias por ano. Para alcançar o Farol tem de subir cerca de 265 degraus.



As Praias

Uma das principais atracções é a pequena praia do Carreiro do Mosteiro, onde se pode desfrutar o sol durante o Verão ou até tomar banho nas suas límpidas águas em tons de verde transparente. É de referir ainda as várias pequenas praias que existem à volta da ilha, onde podemos usufruir da sua privacidade.
A ilha das Berlengas tem várias praias, embora apenas uma possa ser considerada como praia. Uma das praias fica situada na parte de trás da ilha principal e apenas é acessível de barco e raramente tem areia, sendo apenas um local a visitar.
Outra das praias chama-se a Cova do Sonho onde, segundo conta a lenda, já se realizou um casamento. Situada a Sul da ilha, é um local de difícil acesso.
Perto do Forte fica situada mais uma das praias que pode ser alcançada a nado ou a pé.


A Fauna da Ilha



Na visita às Berlengas pode admirar as inúmeras espécies de animais sendo ilha reserva integral (Berlengas, Farilhéus). Apesar da variedade dos animais se encontrarem nos 3 ilhéus não se encontram ao alcance dos visitantes.
Os animais que mais facilmente se encontram na ilha são: a lagartixa de Bocage, também a mais conhecida; as famosas gaivotas; as estrelas-do-mar; os polvos; entre outros.


A flora


As plantas que predominam nas ilhas são vistas no início da Primavera:
O silene /arménia berlengensis; o malmequer amarelo/Anagallis monelli; o frankenia laevis/tufo de arménia, echium rosulatum/thapsia villosa/papoila e o chorão, planta cujo a sua rapidez de crescimento e propagação pode provocar um desequilíbrio natural da ilha.


Restaurantes

O Forte é também um restaurante, uma vez que tem vátios locais de convívio onde podemos saborear uma refeição. Para além do Forte, existe outro restaurante situado perto da praia, o Pavilhão Mar e Sol, para quem preferir degustar uma refeição e, ao mesmo tempo, apreciar a espectacular vista da praia.